A busca pelo sustentável é crescente em todos os setores da economia e, tanto na agricultura quanto na pecuária, a utilização de bioinsumos é uma importante estratégia para impulsionar a sustentabilidade sem perdas de produtividade. Dessa forma, a agropecuária sustentável, produtiva e ambientalmente equilibrada, apoia-se em práticas que promovem a biodiversidade e os processos biológicos naturais. Nesse contexto, o interesse pelos bioinsumos tem se tornado cada vez maior e deve garantir ao Brasil a liderança mundial no setor.
O interesse pelos bioinsumos tem aumentado progressivamente nos últimos anos e muito se deve ao problema de novos casos de pragas e doenças que aumentou mais de 7 (sete) vezes do ano de 2000 para cá, causando perdas em todo o mundo acima dos 40 bilhões de dólares por ano. Ademais, os consumidores têm demandado que esses problemas sejam solucionados da forma mais sustentável possível então, temos dois grandes desafios pela frente que sera atender a demanda a crescente pela qualidade e a quantidade de comida para a população mundial estimada em 10 bilhoes de pessoas ate 2050. Segundo a FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, a produção global de alimentos precisará crescer pelo menos 70% (setenta porcento). A demanda anual de milho, arroz e trigo será de 3,3 bilhões de toneladas, ou 800 milhões de toneladas a mais do que a safra recorde combinada de 2014 – isso significa dizer que nosso suprimento de alimentos estará sob forte estresse.
Esses fatos levam à necessidade de métodos eficientes e sustentáveis de controle dos problemas fitossanitários, como estratégia de suprir a demanda de comida e mitigar o problema da desnutrição e, mais que isso, da fome no mundo.
Fome: o maior desafio da humanidade
Para quem tem comida no prato, a fome pode parecer uma ameaça distante, mas os desafios vão muito além da produção ora impactada por questões da cadeia produtiva, conflitos políticos ou pela economia. Estar com fome é muito mais do que perder uma refeição, é uma crise debilitante que atinge mais de 820 milhões de pessoas no mundo , adicionados a outros 265 milhões previstos em virtude da pandemia da COVID-19. Quase 151 milhões de crianças menores de cinco anos estavam com atraso em seu crescimento em 2017, em razão da fome e desnutrição .
O mundo ainda está longe de atingir a segunda Meta de Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Fome Zero, até 2030 e, neste ritmo atual, estima-se que 37 países não conseguirão nem mesmo atingir a baixa fome – conforme Escala de Severidade do Índice Global da Fome (GHI, da sigla em inglês). Grande parte do aumento da produção terá de vir das terras agrícolas existentes e, considerando um cenário de mudança climática, urbanização, degradação dos solos e a limitação de terras aráveis, não há alternativa para produzir alimentos que não seja de forma sustentável.
Em 1974, o mundo enfrentava dificuldades com os estoques de comida. Nesse ano aconteceu a Primeira Conferência Mundial de Segurança Alimentar, promovida pela FAO, chamando a atenção aos problemas de suprimento, disponibilidade e, até certo ponto, estabilidade de preços dos alimentos.
A revolução verde e a oferta de alimentos no mundo
Nesta mesma época houve uma mudança no modo de produção e cultivo de forma com que a produtividade aumentasse e os estoques de alimentos fossem deixando de ser um problema de segurança alimentar. Este fato histórico de sucesso é conhecido como a Revolução Verde, caracterizado pelo uso de técnicas modernas e emprego de mais tecnologias como uso de fertilizantes químicos e defensivos agrícolas – foi o marco de uma época que se torna crucial na mudança desse cenário.
A adoção de tecnologias na erradicação da fome mundial
A tecnologia tem um papel central no alcance destas metas. Por meio do aumento da produção de alimentos, associado com a melhoria da eficiência, a tecnologia apoiará diretamente o uso mais eficiente da terra, do trabalho e de outros insumos, assim como a inovação social e novos modelos de negócios, impactando positivamente no combate à fome. A conexão entre agricultores, pesquisadores e indústria tem sido crucial para se trabalhar pelo desenvolvimento de ferramentas e estratégias que elevaram a produtividade num padrão sustentável.
Agricultura moderna e uso de terras
A agricultura moderna foi crescendo e, com ela, o uso de terras; no entanto, essa expansão da agricultura para novas áreas tem diminuído constantemente, principalmente nos últimos 50 anos. O mais interessante é que, apesar dessa redução, nossas terras agrícolas continuam a fornecer alimentos e outros produtos para a população humana que continua a crescer rapidamente.
A produção de cereais per capita aumentou de 0,29 para 0,39 toneladas por pessoa entre 1961 e 2014, como resultado do aumento da produtividade da terra ao longo do tempo. Um exemplo mais palpável pode ser visto na produção mundial de arroz. Se compararmos o ano de 1961 com o de 2018, encontramos um aumento de aproximadamente 73% na produção, associado a um crescimento de apenas 31% em novas terras.
Enquanto, nesse mesmo período, a população cresceu mais de 60%. O aumento de produtividade da terra foi possibilitado por um conjunto de avanços tecnológicos, que compreende desde novas sementes, insumos e maquinários, assim como diferentes estratégias para o manejo da terra.
Agricultura moderna nos dias de hoje
Algumas técnicas e ferramentas são tão importantes para a agricultura, que, hoje, não conseguimos distinguir o quanto são exclusivas da agricultura moderna. Cabendo citar:
Melhoramento genético de plantas;
Práticas adequadas de irrigação;
Insumos biológicos e sintéticos;
Rotação de culturas;
Maquinários;
Manejo Integrado de Pragas;
Ferramentas tecnológicas.
Defensivos agrícolas biológicos
Para os defensivos de origem biológica, a popularização e o aumento do seu uso ocorreram de forma mais lenta e, com o advento dos defensivos químicos, o controle biológico acabou ficando de lado – só agora voltou a ganhar destaque e incorporar inovação tecnológica na sua trajetória.
Com isso, podemos classificar os defensivos biológicos de acordo com sua formulação (agentes biológicos) e os efeitos que desempenham nas plantas.
O controle biológico na agricultura moderna
A cada ano, o controle biológico assume uma importância cada vez maior na agricultura moderna, principalmente por ser uma estratégia indispensável no Manejo Integrado de Pragas (MIP), como consequência, a adoção de produtos biológicos tem crescido em ritmo acelerado no Brasil e no mundo. Assim, a introdução dos biodefensivos têm sido incorporados como estratégia bastante eficiente na produção de alimentos e a combinação dessa tecnologia com outras estratégias utilizadas para a proteção de plantas já fazem parte do dia a dia do campo.
É só o começo
A adesão de uso do controle biológico pelos produtores é uma crescente que, por sua vez, faz com que as empresas do setor agrícolas invistam em tecnologia e inovação para a área.
Pequenas, médias e grandes empresas estão apostando no desenvolvimento de produtos biológicos cada vez mais aprimorados, com o auxílio da biotecnologia, seja na prospecção ou na manutenção desses agentes.
Esse crescimento no desenvolvimento de produtos está aliado ao desenvolvimento de equipamentos de aplicação – como drones e outros dispositivos que permitiram melhorar, cada vez mais, a eficiência dos agentes de controle no campo.
Com isso, a adesão ao controle biológico representa uma estratégia inteligente e aliada à demanda mundial por tecnologias mais sustentáveis, sem perder a produtividade e qualidade dos produtos agrícolas. Existem vários produtos para controle de doenças da parte aérea, raiz, controle de pragas e disponibilização de nutrientes.
Brasil se destaca no mercado de controle biológico
O mercado de controle biológico vem crescendo em ritmo acelerado ao redor do mundo. De acordo com a consultoria Dunhan Trimmer, o segmento deve movimentar mais de US$ 5 bilhões em 2020, um salto equivalente a US$ 2 bilhões com relação ao ano anterior. Enquanto o setor cresce na ordem de 10% ao ano em outros países, no Brasil o ritmo é ainda mais acelerado, atingindo mais de 15%. O pioneirismo brasileiro no ramo se deve a experiência adquirida na aplicação desse tipo de manejo em mais de 23 milhões de hectares, que permitiram, inclusive, a exportação de tecnologias da área para outros países. Como exemplo, há o uso de drones e de técnicas de georreferenciamento para liberação de insetos encapsulados produzidos nas biofábricas, que tem se mostrado uma estratégia acertada para uma ação muito mais rápida, precisa e eficiente.
As tecnologias ofertadas pelo País combinam produtos de base biológica, conhecimento aprofundado das relações entre os diversos elementos do campo, uso inteligente de dados e automação nos processos, fatores que vão revolucionar a agricultura.
Tradição, respeito e compromisso na Agricultura – Empresa especialista na produção de Hortaliças aposta no potencial dos Bioinsumos .
Desde o ano de 1960, a IGARASHI, por seus fundadores e representantes, inclusive cada trabalhador do Grupo, levantam-se todas as manhãs tendo pela frente, uma jornada de dedicação em direção a sua vocação para a agricultura. Porque é assim, despertando cedo e empenhando-nos ao máximo, que iremos superar o grande desafio de defender a segurança alimentar do brasileiro e de manter sua mesa farta e cheia de saúde.
Com esse espirito de inovaçao e trabalho , as fazendas do Grupo Igarashi trabalham com o desafio de alcançar o melhor índice de produtividade dos seus cultivos e com a melhor qualidade possivel, para fazer chegar na mesa dos consumidores, o alimento diário.
“Já não é de agora que buscamos novas tecnologias para cultivar a terra e proteger as nossas plantações e consumidores – juntamente com muitos agricultores mundo afora, acreditamos e apostamos também no emprego da força da natureza para nos auxiliar neste incessante desafio de tirar da terra o nosso sustento” .
Usamos o controle biológico em nossas lavouras, e, em 2020 decidimos ampliar o uso destes produtos, ou seja, investimento em geração e utilização de bioinsumos – que já geram bons resultados!
Nossa expectativa é explorar ao máximo as opções disponíveis no Mercado, na medida das demandas das lavouras. Nesse pensamento , estamos cumprindo nosso compromisso com a Sociedade, produzindo mais alimentos, preservando ainda mais o meio ambiente e os recursos naturais e garantindo crescentes aumentos na segurança alimentar aos consumidores!
IGARASHI – ALIMENTANDO A FAMÍLIA BRASILEIRA!
Colaboração: Unidade Ibicoara/BA.
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